Como as PMEs podem criar sinergias de negócios
Negócios e Economia

Como as PMEs podem criar sinergias de negócios

Com objetivos comuns e uma visão partilhada para o sucesso, é mais provável que os trabalhadores se sintam investidos no sucesso geral da empresa, em vez de se concentrar apenas nas suas peças do quebra-cabeças.  

Unir funções, departamentos ou processos para criar sinergias de negócios tornou-se uma preocupação fundamental para muitas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que procuram impulsionar o crescimento, principalmente em tempos desafiadores de mercado como atualmente. Afinal, as equipas que trabalham juntas não são apenas capazes de ver o quadro geral dos negócios; podem contribuir com os seus conhecimentos de maneiras inesperadas. Mas conectar departamentos de pequenas empresas, partilhar metas e criar sinergias de negócios é mais fácil falar do que fazer.   

Como podem exatamente as PMEs incentivar a colaboração multifuncional que cria uma soma maior do que as partes? E uma vez que a sinergia é alcançada, como pode ser aproveitada?  

 O que é sinergia empresarial?    

Sinergia refere-se à ideia de que um grupo que trabalha em conjunto é mais forte do que as suas partes individuais. As empresas maiores às vezes procuram criar sinergias de negócios por meio de fusões e aquisições, mas a sinergia também pode ser criada internamente, por meio de colaboração entre departamentos. Para as PMEs, essa pode ser uma maneira importante de alinhar metas e maximizar as habilidades exclusivas da sua força de trabalho.    

Por exemplo, uma organização pode ter uma equipa de vendas que se destaca em entender os pontos problemáticos e as necessidades dos seus clientes e uma equipa de R&D ou marketing que se destaca na criação de produtos ou serviços inovadores. Se trabalharem juntos, a equipa de vendas poderá ajudar o marketing ou P&D a identificar lacunas para novos produtos que se encaixam perfeitamente na vida dos seus clientes. Ou, os representantes de serviço podem colaborar com a equipa de TI para identificar KPIs de serviço importantes e, em seguida, criar aplicações simples de arrastar e soltar para melhorar a experiência do cliente e atingir os seus benchmarks.    

Não muito tempo atrás, funções e departamentos eram frequentemente isolados pela sua experiência, mas isso está a começar a mudar. As empresas de hoje procuram cada vez mais criar sinergia por meio de colaboração entre departamentos e objetivos partilhados.   

Algumas dicas para criar mais sinergia de negócios na sua empresa:    

Defina benchmarks em toda a empresa: é padrão definir KPIs individuais para funções como vendas e serviços, mas ao definir benchmarks em toda a empresa, as PMEs podem ajudar a força de trabalho a ver o quadro geral. Se as vendas estiverem com dificuldades, o marketing pode intervir e ver se há uma maneira mais eficaz de apresentar o seu produto ou serviço. Ou o serviço pode tentar identificar oportunidades para desenvolver novos produtos com base no feedback do cliente.  

Foco na proximidade: pode parecer uma ideia antiquada na era do trabalho remoto, especialmente quando pesquisas mostram que 97% dos funcionários não querem voltar ao trabalho em tempo integral. Mas ainda há algo a ser dito sobre os benefícios de formação de equipa que o trabalho presencial oferece. Seja um retorno completo ao escritório, uma mudança para um trabalho híbrido ou um atendimento presencial mensal, a proximidade é importante.    

Forneça uma visão holística de projetos e dados: se todos estiverem a trabalhar com diferentes conjuntos de dados e visualizações do cliente, a produtividade será prejudicada — assim como o serviço. Ao destruir silos para unir dados, as pequenas empresas podem fornecer às suas equipas dados confiáveis em tempo real. E com dados melhores, as equipas podem colaborar de qualquer lugar, a qualquer momento, além de obter uma visão 360º dos seus clientes.    

Celebre e se compadeça como uma equipa: ao olhar para os sucessos e contratempos de toda a organização de uma maneira holística, as PMEs podem incentivar os seus funcionários a se concentrarem nas vitórias de toda a empresa, em vez de estatísticas individuais. Além disso, celebrar e solidarizar juntos ajudará a força de trabalho a se sentir mais emocionalmente envolvida no seu trabalho, em vez de vê-lo como algo transacional.    

Conecte equipas com ferramentas digitais e painéis partilhados: a nova força de trabalho está a ser turbinada pela tecnologia. As ferramentas baseadas em IA facilitam a automatização de tarefas mundanas, enquanto os sistemas de CRM ajudam as PMEs a se conectarem melhor com os seus clientes. E ao criar painéis partilhados e KPIs universais, as empresas podem garantir que as suas equipas tenham as ferramentas necessárias para ter sucesso além do momento atual.   

Agende reuniões recorrentes entre as equipas: a mudança para o trabalho remoto oferece alguns benefícios fantásticos, incluindo flexibilidade e melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Mas é importante incentivar um senso de trabalho em equipa e garantir que os funcionários não comecem a se sentir isolados e desconectados. Reuniões regulares entre as equipas podem impulsionar o alinhamento, aumentar a sinergia dos negócios e promover um sentido de comunidade.    

Incentive o feedback entre as funções: quando as equipas não estão conectadas e não partilham informações, é provável que insights cruciais estejam a ser esquecidos. Incentive diferentes funções ou departamentos a fornecer feedback sobre quaisquer pontos problemáticos ou desafios que encontrarem. Não é apenas possível que outras equipas possam apontar problemas; podem até ser capazes de desenvolver soluções inovadoras.    

Preencha as lacunas de habilidades em diferentes departamentos: ter equipas ágeis e com habilidades cruzadas pode permitir uma melhor solução de problemas. Por exemplo, se os representantes de serviço estiverem enfrentando um gargalo de produtividade, pode ser possível para alguém com habilidades de TI diagnosticar o problema e desenvolver uma solução inovadora. Ou alguém com experiência em vendas pode partilhar o feedback do comprador e ajudar a equipa de marketing a criar as suas mensagens.    

Incentive a empatia: uma das coisas mais impactantes a sair do confinamento foi a mudança para a construção de relacionamentos mais significativos. À medida que a pandemia atingiu, as empresas concentraram-se no bem-estar dos seus funcionários e criaram mensagens mais empáticas ao interagir com os clientes. Essa nova cultura empresarial levou a uma reavaliação de prioridades. Ao nutrir a empatia, é mais fácil impulsionar o trabalho em equipa e a colaboração.     

Qualifique a força de trabalho: nunca foi tão fácil dar à força de trabalho as habilidades necessárias para ter sucesso em um clima imprevisível. À medida que as funções evoluem, as habilidades também devem evoluir. Plataformas de formação sob demanda facilitam o trabalho de habilidades cruzadas e de qualificação dos trabalhadores para desempenhar todas as funções. E com caminhos de aprendizagem personalizados e um elemento gamificado, tornando o aprendizagem de novas habilidades relevante e divertido.  

A colaboração interdepartamental pode ajudar as PMEs a atingir todo o seu potencial     

Para as PMEs, em particular, maximizar o talento é uma consideração importante. A experiência é mais valiosa quando pode ser acedida conforme necessário, em toda a organização. Portanto, embora tenha havido muita conversa sobre quebrar os silos de informação para obter o valor total dos dados de uma organização, é tão importante quebrar os silos de “pessoas” para tirar o máximo proveito da força de trabalho.  

Mas a experiência estendida não é a única vantagem da sinergia de negócios, pois a colaboração também pode contribuir para uma cultura de produtividade, inovação, trabalho em equipa e inclusão em toda a empresa. E com objetivos comuns e uma visão partilhada para o sucesso, é mais provável que os trabalhadores se sintam investidos no sucesso geral da empresa, em vez de se concentrar apenas nas suas peças do quebra-cabeças. 

Este artigo foi produzido por Carlos Busch,  colunista da MIT Technology Review Brasil. 

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